
deixo a solidão acordada, vagarosamente sinto-me vestida da tua pele.
no teu olhar a máscara das horas,
a cumplicidade de um mar,
as nossas vozes envelhecidas, numa paixão desgastada
num dia
ficou o deserto,
a loucura…
uma sede roubada,
um não, sem sentido.
já não há palavras sem medos,
ou até um corpo com raízes de afetos…
os espaços estão vazios
na duplicidade insegura
ficou a ilusão do mar, sem navegar em nós!
helena maltez